segunda-feira, 30 de abril de 2012

- Às vezes deixamos para trás momentos perfeitos, achando que 
eram apenas mais um momento qualquer .

Indignação

  Quem é que gosta de pegar ônibus? Aquele ônibus lotado, logo de manhã cedo ou então no final da tarde, depois de um dia exaustivo de trabalho. Sem falar de quando o trânsito está péssimo e o ônibus demora o dobro do tempo necessário para chegar ao fim da linha. Ninguém merece né?
  Foi num dia desses, num final de tarde, que eu estava esperando meu ônibus e do meu lado havia um cadeirante. Ele também estava esperando um ônibus. Até aí tudo bem, tudo normal.
  Depois de uns quinze minutos passou o ônibus dele, ele fez sinal, o ônibus simplesmente não parou. Fiquei irritada com aquilo, enquanto ele deu risada de si próprio e se chamou de azarado. Foi então que começamos a conversar, enquanto nossos ônibus não chegavam.
  Depois de mais uns cinco minutos, passou novamente o ônibus dele. Ele fez sinal e o ônibus dessa vez parou. Nós nos despedimos e ele se preparou para subir. Foi então que vimos que já havia um cadeirante no ônibus. Então ele teve de esperar o próximo. Não reclamou muito, mas agora já estava realmente preocupado com o horário.
  Eu, com toda a paciênciencia que tenho - ironicamente falando, é claro -, fiquei irritada com aquilo. Quer dizer, um ônibus que têm mais de cinquenta lugares para pessoas "normais", tem meia dúzia de bancos preferenciais para gestantes e obesos e apenas um lugar para cadeirantes! Pelo menos duas vagas deveriam haver no ônibus. É inacreditável que um ônibus enorme daqueles(era um "minhocão"!) não possua pelo menos dois lugares para cadeirantes.
 Ele, percebendo que eu estava mesmo irritada com aquilo me disse uma coisa que mecheu comigo. Foi assim "não adianta a gente se irritar, já estou tão acostumado com isso, que nem ligo mais. São tantas coisas que atrapalham e encomodam. Mas não adianta, nunca muda.". Afinal, não é só com o ônibus que os cadeirantes têm problemas. São calçadas ruins, desestruturadas, com vários e vários empecilhos para a passagem da cadeira. São escadas e mais escadas, sem rampas ou elevadores. São pessoas mal educadas e sem noção que ficam olhando desesperadamente como se estivessem vendo o bicho papão em pessoa na sua frente.
  Eu fiquei realmente impressoionada com o bom humor dele. Ele estava atrasado, já havia perdido dois ônibus e estava conversando e dando risada dele mesmo com uma estranha.
  Conversei pouco com aquele cadeirante, mas nesse tempo já vi o quanto reclamo de barriga cheia, o quanto somos egoístas sem nem perceber, o qaunto vimos os nossos problemas e não percebemos que as outras pessoas têm problemas bem piores e ainda assim estão de bem com a vida. Sem falar na paciência monstruosa que ele tinha. Porque se a vida não é fácil pra mim, não é melhor para ele.

Fica a Dica - Livros

  • Antes que o mundo acabe - Marcelo Carneiro da Cunha
  • A menina que roubava livros - Markus Zusak
  • Diário de uma paixão - Nicholas Sparks
  • O dia do Curinga - Jostein Gaarder
  • A festa no castelo - Moacyr Scliar
  • Quase memória - Carlos Heitor Cony
  • Nada de novo no front - Erich Maria Remarque
  • A breve segunda vida de Bree Tanner - Stephenie Meyer
  • Saga Crepúsculo - Stephenie Meyer
  • O morro dos ventos uivantes - Emily Bronte